Carro antigo é assunto sério nos mercados desenvolvidos, razão pela qual os grandes salões internacionais sempre expõem modelos do passado para ilustrar a tradição das marcas que estão no mercado. Não é diferente neste evento de Genebra, do qual selecionamos 10 automóveis e utilitários, mostrados aqui em ordem alfabética.
O novo Touring Superleggera Disco Volante não faria qualquer sentido sem o Alfa Romeo C52 Disco Volante de 1952, um ousado roadster com carroceria de alumínio, linhas fluidas e motor de 3,0 litros e seis cilindros. Foram construídos apenas quatro modelos abertos, dois deles com motor 2,0 de quatro cilindros.
A parceria entre a Aston Martin e o agente secreto 007 começou em 1964 com o DB5, um cupê grã-turismo usado no filme James Bond contra Goldfinger (Goldfinger). Mesmo sem metralhadoras, jatos de óleo ou a chapa à prova de balas sobre a tampa do porta-malas, o belo Aston impressiona. O motor de 3,0 litros e seis cilindros fornecia 286 cv.
O turbocompressor chegou aos carros europeus com o BMW 2002 Turbo, de 1973, um esportivo com motor de 2,0 litros e 170 cv. O comportamento era “tudo ou nada”, com potência súbita depois que o retardo de entrada do turbo fosse superado. Alguns saíram com a palavra Turbo em grafia especular no para-choque dianteiro, para ser lida no retrovisor de quem estivesse à frente… Uma boa companhia para o moderno M2 no estande da BMW.
Outro contraste antigo vs. atual na marca de Munique chega a deixar a dúvida: qual o mais bonito? Ficamos tentados a votar no BMW 750iL de 1986, o Série 7 da geração E32 que estreou o primeiro motor V12 em um carro alemão desde a Segunda Guerra Mundial. Com 5,0 litros e 300 cv, levava todo seu conforto a 250 km/h.
Depois do 500, a Fiat escolheu o 124 Spider para ganhar nova vida, neste caso com plataforma do Mazda MX-5 e motor 1,4 turbo. Mas charmoso mesmo é o original de 1966, com carroceria de Pininfarina e motor 1,4 de 90 cv.
A Jeep comemora 75 anos desde a criação do jipe militar que usou a marca pela primeira vez, em 1941, e por isso expõe três modelos marcantes dessa história. O Willys MB, ainda militar, foi o Jeep que inspirou o CJ-2, primeiro modelo civil da série.
Com a interessante parte traseira de madeira, a Jeep Station Wagon do fim dos anos 40 serviria de base para a Rural Willys brasileira. A ideia de levar a família em uma perua, sem abrir mão da tração 4×4 e da capacidade fora de estrada do Jeep, corresponde aos atuais utilitários esporte.
Depois da SW veio o Wagoneer, bem maior e mais civilizado para uso urbano, com itens como caixa automática, direção assistida e motor V8. Estreou em 1963, mas o modelo exposto é dos anos 70.
Por que o novo Porsche Boxster tem o número 718 no meio do nome? Por causa desse esportivo com motor central de 1,5 litro e quatro cilindros opostos, que evoluiu o tema do 550 Spyder e venceu a prova italiana Targa Florio em 1959 e 1960.
Para mostrar a linhagem de peruas que culminou na nova V90, a Volvo mostra modelos antigos como a 1800 ES, derivada do cupê 1800S. Lançada em 1972, tinha motor de 1,8 litro e 125 cv e tampa traseira toda de vidro.
Texto: Fabrício Samahá – Fotos: Ranwhenparked.net (modelos BMW, Jeep e Porsche) e divulgação