A remodelação do Mercedes-Benz Classe E no meio do ciclo de produção, que aparece agora com detalhes depois do vazamento das fotos, foi mais ampla do que se esperava. A fábrica da estrela aproveitou para adotar, no sedã e na perua Estate, novos motores e 11 recursos de segurança inéditos que estavam previstos apenas para a futura geração do Classe S.
O trabalho de estilo ficou limitado à frente e à traseira (veja o anterior), sendo este o primeiro Classe E desde 1995 a usar apenas um farol de cada lado, embora seu desenho ainda proponha a ideia de unidades duplas. Como já acontecia no Classe C, passam a ser oferecidos dois modelos de grade: o tradicional das versões básica e Elegance, acompanhado da estrela “espetada” no capô, e o mais esportivo, com uma grande estrela no centro, reservado ao acabamento Avantgarde. No interior, painel e console foram redesenhados e há novas conveniências como acesso à internet com serviços do Google.
Sob o capô, a Mercedes lança mais um motor a gasolina com turbo, injeção direta e variação de válvulas de admissão e escapamento, um quatro-cilindros de 2,0 litros. Na versão E 200 ele produz potência de 184 cv e torque de 30,6 m.kgf e consegue fazer 17,2 km/l; a E 250 obtém 211 cv e 35,7 m.kgf, sendo que ambas oferecem torque máximo desde 1.200 rpm.
Os motores V6 e V8 foram mantidos. Na linha a gasolina, o E 300 tem o V6 de 3,5 litros com 252 cv e 34,7 m.kgf; o E 350 usa a mesma unidade com 306 cv e 37,7 m.kgf. Novidade é o E 400 com um V6 de 3,0 litros, dois turbos, 333 cv e 48,9 m.kgf, capaz de acelerar de 0 a 100 em 5,9 segundos. Finalmente, o E 500 traz um V8 de 4,7 litros com 408 cv e 61,2 m.kgf para 0-100 em 5,2 s. A versão “quente” AMG fica para mais adiante.
Na gama turbodiesel estão o E 200 CDI, com 136 cv e 36,7 m.kgf; o E 220 CDI, com 170 cv e 40,8 m.kgf; o E 250 CDI, com 204 cv e 51 m.kgf (os três usam um motor de quatro cilindros e 2,2 litros); o E 300 Bluetec, com um V6 de 3,0 litros, 231 cv e 55,1 m.kgf; o E 350 Bluetec, no qual o mesmo motor vai a 252 cv e 63,2 m.kgf; e o E 300 Bluetec Hybrid, que combina um diesel de quatro cilindros e 2,2 litros a um motor elétrico para obter 231 cv, torque de 76,5 m.kgf e consumo de 24,4 km/l.
Câmbios manual de seis marchas e automático de sete estão no catálogo, assim como a tração integral 4Matic em alternativa à traseira (exceto para os motores menos potentes) e quatro versões de suspensão (básica; esportiva para a versão Avantgarde com altura de rodagem 15 mm menor; esportiva com pacote AMG; e Airmatic com molas a ar e controle eletrônico de amortecimento). A assistência de direção passa a ser elétrica.
Entre os itens de segurança, que compõem o que a Mercedes chama de Direção Inteligente, destaca-se a câmera estéreo montada junto ao retrovisor interno, capaz de monitorar uma área de 500 metros à frente, com ângulo de abertura de 45 graus, e de mostrar imagens tridimensionais com alcance de 50 metros. O Classe E vem de série também com o Assistente de Prevenção de Colisão, com radar para detectar a iminência de um impacto frontal, e com o Assistente de Atenção, que procura identificar sinais de cansaço ou sono no motorista.
A lista de recursos vai longe. O sistema Distronic Plus com assistente de direção permite uma condução próxima da automática, pois ajuda a manter o carro na faixa de rolamento e pode seguir o tráfego adiante com distância segura. O Assistente de Freios reforça a aplicação de frenagem ao detectar tráfego ou mesmo pedestres à frente. A frenagem do sistema Pre-Safe, que atua a até 50 km/h, aplica os freios por si mesma ao detectar pedestres adiante. Outra função do Pre-Safe percebe a iminência de uma colisão por trás do Mercedes e alerta o motorista do outro veículo, fazendo piscar as luzes de freio com alta frequência; também reforça o uso dos freios caso o Classe E esteja parado.
O assistente ativo para manter o carro na faixa de rolamento agora identifica se a faixa adjacente está ocupada, e até mesmo se um veículo vem do sentido oposto, para que o Mercedes aplique os freios de um lado e dificulte a evasão da faixa. Há ainda o monitor de veículos em pontos sem visibilidade nas laterais, a comutação automática entre faróis alto e baixo (que pode até mesmo “mascarar” uma área do facho para não emitir luz contra o motorista em sentido oposto), assistente para estacionamento com controle inclusive dos freios, leitura de placas de trânsito (abrange as de velocidade, de acesso restrito e de ultrapassagem proibida) e câmera de 360 graus ao redor do carro, incluindo uma visão simulada por cima.
Texto: Fabrício Samahá – Fotos: divulgação