Teto e retrovisores em preto, outras rodas (de mesmas medidas) e logotipos distinguem o Jetta R-Line, que custa R$ 10 mil a mais e tem conteúdos adicionais
Na comparação aos dois principais concorrentes, o Jetta (4,77 metros) está mais longo que o Honda Civic (4,64 m) e o Toyota Corolla (4,67 m), tão largo quanto o Civic (1,80 m ante 1,78 m de Corolla) e com altura intermediária (1,46 m contra 1,43 m do Honda e 1,48 m do Toyota). Perde por 1 cm para ambos no entre-eixos de 2,69 m. A traseira mais longa permitiu manter o espaço do porta-malas em 510 litros, também entre o Civic (525 l) e o Corolla (470 l).
Sem 2,0-litros, sem multibraço
Por enquanto não existe versão de 2,0 litros do novo Jetta, nem mesmo nos Estados Unidos, de modo que por algum tempo ficará sem sucessor a antiga versão Highline de 211 cv (a nova deve chegar a 220 cv com o motor que temos no Golf GTI e no Tiguan R-Line). Para o Brasil optou-se pela versão flexível da unidade EA-211 de 1,4 litro com turbo e injeção direta, manufaturada em São Carlos, interior de São Paulo.
A calibração do gerenciamento eletrônico permite obter potência igual (150 cv a 5.000 rpm) com gasolina ou álcool. O mesmo vale para o torque de 25,5 m.kgf entre 1.400 e 3.500 rpm. Interessante lembrar que a versão enviada do México para o Brasil também é exportada para o Paraguai, onde o álcool está disponível em diversos postos. A fábrica anuncia aceleração de 0 a 100 km/h em 8,9 segundos e velocidade máxima de 210 km/h com qualquer combustível.
Iluminação interna do R-Line admite várias cores; quadro configurável pode destacar navegador e exibir diversos mostradores em modos diferentes
Se os norte-americanos receberam nova transmissão automática de oito marchas, para nosso mercado permanece a tradicional caixa Aisin AQ-250 com conversor de torque e seis marchas — além do fator custo, pode ter contado a questão de assistência técnica. A alavanca pode ser usada para trocas manuais, subindo marchas para frente, mas já não existe a opção de comandos junto ao volante.
Nesse concorrente de Civic e Corolla, a sensação de carro europeu é reforçada pelo painel sofisticado e o desempenho suave e consistente do motor turbo
O Jetta é um dos últimos Volkswagens de médio porte a adotar a plataforma MQB, usada desde 2012 no Golf e no Audi A3. No sedã, porém, não se constata a redução de peso ocorrida em outros modelos do grupo: com 1.331 kg, o Comfortline ganhou 33 kg sobre a mesma versão anterior, o que resulta na ainda boa relação peso-potência de 8,9 kg/cv. Isso explica a perda de 0,3 segundo no tempo de 0 a 100 km/h.
Na suspensão, um retrocesso: se a dianteira mantém a tradicional solução McPherson, a traseira volta a usar eixo de torção, como entre 2011 e 2014. Nos últimos anos todo Jetta vinha com sistema independente multibraço, que de início equipava apenas a versão Highline TSI de 2,0 litros. As rodas de 17 pol calçam pneus Bridgestone Ecopia na medida 205/55, com estepe de emergência. Os freios usam discos nas quatro rodas com sistema de secagem: em piso molhado, as pastilhas fazem leve pressão periódica para drenar a água da superfície.
Rodar tipicamente alemão, motor de 150 cv com alto torque e bom acabamento são destaques; há quatro modos de condução a escolher
Ao comando da versão R-Line desse concorrente de Civic e Corolla, a sensação de carro europeu é reforçada tanto pelo painel moderno e sofisticado quanto pelo desempenho suave e consistente. Andar com o novo Jetta é prazeroso e, para os adeptos dos rivais, chama atenção pelo progresso obtido com o encolhimento dos motores modernos — o Civic oferece um turbo de 1,5 litro, mas apenas na mais cara versão Touring.
Com apenas 1,4 litro, a potência específica do Volkswagen supera os 100 cv/litro. No entanto, mais que pelos 150 cv, que estão na mesma faixa dos adversários citados, o Jetta cativa pelo farto torque em baixas e médias rotações. Isso se traduz em desenvoltura na cidade, em subidas de rodovia e em ultrapassagens, como constatamos em cerca de 120 km de avaliação entre São Paulo e Jundiaí, no interior do estado. O rodar firme, mas com adequado conforto, é tipicamente alemão como os bancos que suportam bem o corpo. O consumo pelas normas do Inmetro garante classificação B na tabela do instituto.
Se o pacote ainda não convenceu, a Volkswagen tem outro argumento: revisões gratuitas nos primeiros três anos ou 30 mil km e valor fixo de R$ 2.204 para o conjunto de revisões de 40, 50 e 60 mil km. Na comparação direta com Civic EXL (R$ 107.900 e Corolla XEi (R$ 106 mil), ambos com motor aspirado de 2,0 litros, ele perde no preço de aquisição, oferece bons índices de consumo e ganha em equipamentos de série, desempenho e esportividade — aspecto que deverá ser seu grande chamariz contra os dois maiores adversários.
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Ficha técnica
Motor | |
Posição | transversal |
Cilindros | 4 em linha |
Comando de válvulas | duplo no cabeçote |
Válvulas por cilindro | 4, variação de tempo |
Diâmetro e curso | 74,5 x 80 mm |
Cilindrada | 1.395 cm³ |
Taxa de compressão | 10:1 |
Alimentação | injeção direta, turbocompressor, resfriador de ar |
Potência máxima (gas./álc.) | 150 cv a 5.000 rpm |
Torque máximo (gas./álc.) | 25,5 m.kgf de 1.400 a 3.500 rpm |
Transmissão | |
Tipo de caixa e marchas | automática, 6 |
Tração | dianteira |
Freios | |
Dianteiros | a disco ventilado |
Traseiros | a disco |
Antitravamento (ABS) | sim |
Direção | |
Sistema | pinhão e cremalheira |
Assistência | elétrica |
Suspensão | |
Dianteira | independente, McPherson, mola helicoidal |
Traseira | eixo de torção, mola helicoidal |
Rodas | |
Dimensões | 7 x 17 pol |
Pneus | 205/55 R 17 |
Dimensões | |
Comprimento | 4,702 m |
Largura | 1,799 m |
Altura | 1,474 m |
Entre-eixos | 2,688 m |
Capacidades e peso | |
Tanque de combustível | 50 l |
Compartimento de bagagem | 510 l |
Peso em ordem de marcha | 1.331 kg |
Desempenho e consumo (gas./álc.) | |
Velocidade máxima | 210 km/h |
Aceleração de 0 a 100 km/h | 8,9 s |
Consumo em cidade | 10,9/7,4 km/l |
Consumo em rodovia | 14,0/9,6 km/l |
Dados do fabricante; consumo conforme padrões do Inmetro |